Ontem, o Padre Paulo Ricardo participou de um importante debate na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Na ocasião, ele alertou para o perigo do PLC nº3, de 2013, aprovado em regime de urgência no Congresso Nacional, em pouco menos de quatro meses, e que já foi enviado, no último dia 4, para a sanção da Presidente da República.
De fato, a estratégia da militância abortista foi muito bem preparada. Depois de maquiar o texto do projeto, prevendo, no seu art. 1º, "atendimento emergencial, integral" para as vítimas de violência sexual – cujo conceito eles ardilosamente reformularam no art. 2º –, ainda deram à tramitação do texto caráter de urgência, sem dar tempo para os congressistas meditarem e analisarem com cuidado o conteúdo e as consequências práticas do projeto de lei. Tanto é verdade que este foi aprovado sem o mínimo de discussão ou participação da sociedade.
Afinal, qual o perigo que oferece o texto deste projeto de lei, que nem usa o termo "aborto" explicitamente? Ora, os engenheiros da cultura da morte não precisam dizer claramente quais são suas intenções e objetivos. Basta que usem palavras e expressões inofensivas – quem desconfiará da malícia de um texto que fala do "atendimento integral" em decorrência da "violência sexual" praticada contra as mulheres? – para que os profissionais da Medicina e do Direito já comprometidos com a agenda abortista tenham base legal para amparar suas ideologias. Pavimentada a estrada para o morticínio de nossas crianças, o caminho está livre para a ação autônoma do Executivo, através de regulamentações e normas técnicas, e ao Judiciário, através do ativismo de magistrados inescrupulosos. Estamos diante de uma armadilha clara para implantar a legalização do abortamento às ocultas, à revelia da mídia e da própria população brasileira.
O poder de sancionar ou vetar a lei está nas mãos da Presidente da República, a senhora Dilma Rousseff, a mesma que, nas eleições de 2010, se comprometeu com líderes cristãos a não descriminalizar o aborto no Brasil. Mas também está diante de nós a iniciativa de agir, a fim de impedir que este texto vergonhoso se torne parte de nosso ordenamento jurídico. Contatemos os órgãos do Poder Executivo e os seus Ministérios, e lembremos nossos governantes que a população brasileira, que eles um dia disseram representar, não se vê representada nos interesses espúrios e desumanos das grandes Organizações Internacionais e de sua agenda de morte. Manifestemo-nos por um fato realmente importante, a dignidade da vida humana, o futuro dos nossos filhos e de nossa Nação.
E não nos enganemos com o aspecto aparentemente democrático com que são votadas e aprovadas estas arbitrariedades. Lembrava o bem-aventurado João Paulo II, em sua Evangelium Vitae: "Tudo parece acontecer no mais firme respeito da legalidade, pelo menos quando as leis, que permitem o aborto e a eutanásia, são votadas segundo as chamadas regras democráticas. Na verdade, porém, estamos perante uma mera e trágica aparência de legalidade, e o ideal democrático, que é verdadeiramente tal apenas quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana, é atraiçoado nas suas próprias bases (...). Reivindicar o direito ao aborto, ao infanticídio, à eutanásia, e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade".
Não sejamos cúmplices da morte de nossos filhos... e de nossa liberdade.
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