A Revolução Francesa que sacudiu a Europa no final do século XVIII não foi um fenômeno espontâneo devido às péssimas circunstâncias sociais da época, mas um processo planejado, cuja meta era uma só: derrubar a monarquia e, consequentemente, a Igreja Católica. Logo que o rei da França decidiu convocar os Estados Gerais - o parlamento - a fim de resolver os problemas referentes aos impostos, a burguesia passou a redigir uma Constituição e com ela, os pressupostos para o golpe.
O final dessa história todos já conhecem: do liberté, egalité et fraternité, chegou-se à guilhotina.
Qualquer semelhança com o que ocorre no Brasil há quase um mês não é mera coincidência. Trata-se da mesma lógica revolucionária de outrora que usa o furor das massas para conquistar suas metas. Apesar da heterogeneidade dos grupos que marcham país afora - e das pautas desconexas - todo esse movimento está sendo cooptado por grupos esquerdistas dedicados à implantação do socialismo em terras brasileiras. Negar isso é vendar os olhos e brincar de cabra cega, saindo à procura de um alvo que não se sabe de onde veio, nem como chegou onde está.
Há mais de uma década o filósofo Olavo de Carvalho denuncia a ação do Foro de São Paulo na América Latina e as suas estratégias subversivas. Para se ter ideia do naipe das figuras que compõem essa organização, num dos encontros em 2008, um dos palestrantes não hesitou em prestar condolências ao então chefe da narcotraficante e terrorista FARC, morto no mesmo ano pelo exército colombiano. É mais ou menos como prestar condolências à Al-Qaeda pela morte de Osama Bin Laden. E embora esses fatos sejam públicos, faz-se um silêncio sepulcral a respeito, enquanto os partidos filiados a essa agência socialista vão ocupando os espaços e disseminando o caos na sociedade.
É bem verdade que o povo que está nas ruas é maciçamente contrário à presença das siglas políticas, mas isso não impede a presença de militantes esquerdistas que apregoam pautas que não estão no itinerário da maior parte da população. Assim, aproveitam-se dos números para empurrarem projetos totalmente imorais e absurdos. Veja, por exemplo, a publicação no site da Câmara dos
Deputados a respeito de uma reunião que pretende tratar, entre outras coisas, da afirmação da laicidade do Estado contra o Estatuto do Nascituro. Ora, quem mais defenderia isso a não ser as velhas militâncias esquerdistas e anticlericais? Destarte, uma Constituinte para reforma política, como propôs a presidente Dilma Rousseff, é uma oportunidade ímpar para sepultar de vez o que ainda resta de moral cristã no Brasil, pois, quem mais faria essa reforma senão os que já detêm o monopólio do poder?
O Foro de São Paulo e seus militantes estão nas ruas junto ao povo para criar instabilidade. Eles querem mais poder, mais socialismo. E a população que engrossa as suas fileiras, achando que está protestando contra a corrupção e tudo isso que está aí, nada mais faz que servir de caixa de ressonância para bandeiras que nem de longe a representam. Se o protesto é contra a corrupção, porque até agora não se levantaram cartazes pedindo a prisão dos mensaleiros e uma auditoria dessa organização criminosa que é o Foro de São Paulo? Por que, como se diz no velho ditado, não se tem dado nome aos bois? Para que a corrupção exista, é preciso que alguém a pratique.
Só há uma solução para o Brasil e ela passa por aquela premissa estabelecida pelo Papa Bento XVI na Encíclica Deus Caritas Est: "um governo sem princípios morais não passa de uma quadrilha de malfeitores". Se a nação brasileira de fato pretende reconstruir o país, urge, em primeiro lugar, solidificar as bases que o sustentam, ou seja, os princípios inegociáveis da lei natural: o direito à vida desde a concepção até a morte natural, o matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher e o direito à educação dos filhos. Urge, portanto, tirar do poder o ideal socialista - e com ele seus propugnadores - que há mais de um século perverte e mata sociedades inteiras. O Brasil deve fazer uma escolha. "Vede: proponho-vos hoje bênção ou maldição" (Cf. Dt 11, 26). Fazer-se de marionete nas mãos dos radicais esquerdistas, ou desmascarar de uma vez por todas essa ideologia perversa e, assim, mostrar que realmente "o gigante acordou".
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